segunda-feira, 25 de março de 2013

Desobediência civil


INTRODUÇÃO

Quero tratar deste assunto que tem sido uma realidade a muito deixada de lado ou apresentado de uma maneira que visa tão somente silenciar ou gerar passividade na vida daqueles que se tornam discípulos de Jesus Cristo.

A questão que temos que levantar é: Depois que nos tornamos seguidores de Jesus Cristo nós devemos sempre nos submeter as leis do nosso País? Há contextos em que, pelo fato de sermos autênticos seguidores de Jesus, nós devemos desobedecer as autoridades constituídas?

Antes de abrirmos a Bíblia para pensarmos sobre estas questões, quero deixar claro que não concordo com nenhum tipo de movimento que se proponha ao uso da agressão e da violência como resposta as situações que um País possa enfrentar em termos de sua estrutura. Não vou propor nenhuma forma de rebelião ao governo.

O que precisamos entender é que quando nos tornamos seguidores de Jesus Cristo passamos a ter outro governo sobre nossa vida; e o que precisamos  analisar é como essa questão de sermos pessoas com “dupla cidadania” deve ser levada em consideração, quando as “Leis” da sociedade entram em choque com a “Lei de Deus”.

Acho que não existe um texto que é mais evocado para falar deste assunto e até mesmo para não se tratar sobre ele do que Romanos 13.1-7. Este texto é usado como uma forma de tentar silenciar qualquer tipo de reflexão ou argumento que seja levantado sobre a nossa relação com o governo.

Então, vamos lá! Como é que podemos lidar com essa questão? Como as Escrituras nos apresentam a questão da obediência e desobediência civil? Vamos tomar o texto de Romanos 13.1-7 como base para nossa conversa sobre esse assunto.
É NOSSO DEVER RECONHECER E SE SUBMETER A PRIORI AS AUTORIDADES CONSTITUÍDAS.

“Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele estabelecidas. Portanto, aquele que se rebela contra a autoridade está se colocando contra o que Deus instituiu, e aqueles que assim procedem trazem condenação sobre si mesmos.” (Romanos 13.1-2)

É importante observar que a priori, de modo geral, todos devem se submeter as autoridades, porque na perspectiva da espiritualidade bíblica, elas são levantadas pelas mãos providentes de Deus.

Como nosso mundo se desconectou de Deus e as pessoas não agem mais baseadas em um coração que busca conscientemente e constantemente a Deus, o que seria suficiente para levar as pessoas a viverem de modo organizado e honrado em uma determinada sociedade, Deus por sua providência mantém a ordem social por intermédio das autoridades governamentais.

Mesmo que as autoridades não tenham ciência disto ou não acreditem em Deus, através de sua graça comum, Ele as usa para conter o processo de destruição que é gerado e desenvolvido por nós seres humanos quando estamos desconectados dele.

Portanto, como pessoas que são conhecedoras da Palavra de Deus e que reconhecem o seu domínio soberano sobre todas as coisas, aqueles que se tornam seguidores de Jesus Cristo precisam ser exemplos deste procedimento.

“Por causa do Senhor, sujeitem-se a toda autoridade constituída entre os homens; seja ao rei, como autoridade suprema, seja aos governantes, como por ele enviados para punir os que praticam o mal e honrar os que praticam o bem. Pois é da vontade de Deus que, praticando o bem, vocês silenciem a ignorância dos insensatos.” (1Pedro 2.13-15)

É NOSSO DEVER NOS OPORMOS A QUALQUER LEI QUE SEJA CONTRÁRIA AO GOVERNO DE DEUS.

“Pois os governantes não devem ser temidos, a não ser pelos que praticam o mal. Você quer viver livre do medo da autoridade? Pratique o bem, e ela o enaltecerá. Pois é serva de Deus para o seu bem. Mas se você praticar o mal, tenha medo, pois ela não porta a espada sem motivo. É serva de Deus, agente da justiça para punir quem pratica o mal.” (Romanos 13.3-5)

Precisamos nos deter com um pouco mais de atenção a esta parte do texto das Escrituras, pois como já disse, este texto de Romanos tem sido usado muitas vezes por pessoas para procurar silenciar esta questão relacionada a obediência e desobediência civil, argumentando que a Bíblia diz que devemos ser submissos as autoridades e ponto final.

Contudo, será que é de fato isto que este texto está nos mostrando? É isto de fato que a Palavra de Deus está nos ensinando aqui? Ouso responder que não!

Primeiro, porque a Bíblia deve ser interpretada pela própria Bíblia, este é um princípio básico de interpretação textual, e veremos mais adiante como muitos textos mostram o contrário do que se é afirmado em termos de uma passividade da nossa parte para com leis que são aprovadas e que não são justas.

Segundo, porque o próprio texto nos mostra, em suas entrelinhas, quando refletimos em oração e atenção sobre ele, que não é uma postura de passividade ou se submissão a qualquer realidade que estamos sendo convocados a tomar.

Notemos que existe um objetivo claro no texto quando o mesmo se refere as autoridades. Elas existem para garantirem a promoção do bem e a coibição do mal. 

“Pois os governantes não devem ser temidos, a não ser pelos que praticam o mal.”
“É serva de Deus, agente da justiça para punir quem pratica o mal.”
“Você quer viver livre do medo da autoridade? Pratique o bem, e ela o enaltecerá.”

Notemos também que as referidas autoridades são submissas aos propósitos de Deus que é a promoção do bem. Ou seja, de uma vida justa, integra, digna, correta.

“Pois é serva de Deus para o seu bem.”

Ou seja, o que se infere disto é que se as autoridades, que receberam pela providência de Deus poder para governarem a fim de que tenhamos uma sociedade reta e justa, não promoverem isso, como servos do Reino de Deus, necessariamente precisamos nos opor a elas.

Se as autoridades que recebem poder para a promoção do bem, forem agentes do mal, precisam ser resistidas, confrontadas e denunciadas pela igreja que é o povo de Deus em missão no mundo, seja em qual esfera for o exercício desta autoridade.

É hora, portanto, de olharmos alguns exemplos bíblicos para este fato!

No Antigo Testamento temos vários profetas que são levantados por Deus para confrontar as autoridades, os governantes, que deveriam estar promovendo o bem, mas que passavam a ser promotores da injustiça. Tanto no contexto político, quanto no contexto religioso de Israel.

“Então Obadias dirigiu-se a Acabe, passou-lhe a informação, e Acabe foi ao encontro de Elias. Quando viu Elias, disse-lhe: É você mesmo, perturbador de Israel? Não tenho perturbado Israel, Elias respondeu. Mas você e a família do seu pai têm. Vocês abandonaram os mandamentos do Senhor e seguiram os baalins.” (1Reis 18.16-18)

Nas narrativas do Novo Testamento iremos encontrar vários textos que demonstram como esta postura ativa de oposição de nossa parte como seguidores de Jesus Cristo, representantes do Reino de Deus na terra, precisa ser tomada por nós quando aqueles que têm autoridade para fazer o bem, promovem o mal.

Naquela mesma hora alguns fariseus aproximaram-se de Jesus e lhes disseram: Saia e vá embora daqui, pois Herodes quer matá-lo. Ele respondeu: Vão dizer àquela raposa: Expulsarei demônios e curarei o povo hoje e amanhã, e no terceiro dia estarei pronto.” (Lucas 13.31-32)

Então, chamando-os novamente, ordenaram-lhes que não falassem nem ensinassem em nome de Jesus. Mas Pedro e João responderam: Julguem os senhores mesmos se é justo aos olhos de Deus obedecer aos senhores e não a Deus. Pois não podemos deixar de falar do que vimos e ouvimos.” (Atos 4.18-20)

“O carcereiro disse a Paulo: Os magistrados deram ordens para que você e Silas sejam libertos. Agora podem sair. Vão em paz. Mas Paulo disse aos soldados: Sendo nós cidadãos romanos, eles nos açoitaram publicamente sem processo formal e nos lançaram na prisão. E agora querem livrar-se de nós secretamente? Não! Venham eles mesmos e nos libertem.” (Atos 16.36-37)

E há outros exemplos que poderíamos dar. Mas estes três são suficientes para embasamento de nossa tese. Se somos seguidores de Jesus Cristo, então, somos gente com dupla cidadania. E os valores do Reino de Deus sempre devem prevalecer sobre qualquer outra lei ou valor que seja colocado por nossos governantes, se as mesmas forem contrárias ao que rege o governo de Deus.

Leis que contradizem aquilo que as Escrituras nos ensinam e ordenam precisam ser rejeitadas por nós se somos seguidores de Jesus Cristo. Devemos viver primariamente a partir da nossa cidadania celestial, mesmo que isso implique em perseguição. 

“Não importa o que aconteça, exerçam a sua cidadania de maneira digna do evangelho de Cristo, para que assim, quer eu vá e os veja, quer apenas ouça a seu respeito em minha ausência, fique eu sabendo que vocês permanecem firmes num só espírito, lutando unânimes pela fé evangélica, sem de forma alguma deixar-se intimidar por aqueles que se opõem a vocês. Para eles isso é sinal de destruição, mas para vocês, de salvação, e isso da parte de Deus; pois a vocês foi dado o privilégio de não apenas crer em Cristo, mas também de sofrer por ele.” (Filipenses 1.27-29)

É NOSSO DEVER HONRAR OS COMPROMISSOS SOCIAIS EXIGINDO QUE OS MESMOS SEJAM USADOS COM JUSTIÇA.

“Portanto, é necessário que sejamos submissos às autoridades, não apenas por causa da possibilidade de uma punição, mas também por questão de consciência. É por isso também que vocês pagam impostos, pois as autoridades estão a serviço de Deus, sempre dedicadas a esse trabalho. Dêem a cada um o que lhe é devido: se imposto, imposto; se tributo, tributo; se temor, temor; se honra, honra.” (Romanos 13.5-7)

O texto termina nos convocando novamente a submissão as autoridades, com a tônica em nossa contribuição financeira para sustenta-la. O texto de fato fala isso, mas mais uma vez ele enfatiza que “as autoridades estão a serviço de Deus, sempre dedicadas a esse trabalho”. 

Ou seja, se elas não estiverem a serviço de Deus, se elas não estiverem dedicadas ao trabalho de uma promoção justa para a vida, precisam ser confrontadas.

Como cidadãos com dupla cidadania nós precisamos fazer nossa voz ser ouvida contra todo mau uso da verba pública que de nós é solicitada. Discípulos de Jesus Cristo devem ser pessoas responsáveis pelo pagamento de seus impostos, etc, mas também precisam ser as primeiras a se levantar questionando o abuso, má gestão e gasto desmedido do dinheiro público.

Jesus disse que como seus seguidores, como gente que leva sua vida, então, nós seríamos como sal da terra. Nós traríamos gosto, tempero para este mundo, levando as pessoas a ansiarem pelo novo mundo que Jesus está trazendo a existência.

Vocês são o sal da terra. Mas se o sal perder o seu sabor, como restaurá-lo? Não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens”(Mateus 5.13)

Como seguidores de Jesus Cristo nosso estilo de vida precisa demonstrar compromisso com tudo o que é justo e promova restauração. E como discípulos de Jesus Cristo precisamos ser os primeiros a nos levantar e ser contra tudo aquilo que promove a oposição ao governo de Deus neste mundo.

Conforme lemos em Isaías 58 não adianta nada se nós como igreja estivermos apenas envolvidos com atividades religiosas, mas não estivermos comprometidos com a busca de uma vida justiça para a sociedade onde estamos inseridos.

Quando as autoridades a quem sustentamos não promovem o bem, quando usam o dinheiro para o enriquecimento ilícito e visam o privilégios de alguns pouco em detrimento da grande necessidade de muitos, como igreja, temos o dever de nos levantarmos em oposição a isto (Tiago 5.1-6).

Para refletir e praticar.

  1. Inclua em suas orações diárias o clamor por nossa nação, pelos que exercem autoridade sobre ela. Ore pedindo a bênção de Deus sobre nossas cidades, a manifestação da paz e da justiça de Deus.
  2. Dê exemplo de cidadania pagando seus impostos, mas também acompanhando o uso do dinheiro público, exigindo a prestação de conta do mesmo.
  3. Assuma o compromisso de viver a partir dos valores do Reino de Deus e não negociar nenhum mandamento da Palavra de Deus em detrimento a leis que são aprovadas e impostas em nossa sociedade. Esteja pronto para arcar com as consequências e ser perseguido pelo seu compromisso obediente a Jesus Cristo.

By Ricardo Costa

segunda-feira, 18 de março de 2013

Suicídio: Uma abordagem pelo evangelho


Conforme dados da OMS, um milhão de pessoas se suicidam no mundo anualmente. Conforme o relatório da OMS há uma pessoa se suicidando a cada 40 segundos no mundo (www.g1.globo.com). 

Informa-se ainda que o suicídio é a décima causa no mundo de mortes na casa de 1 milhão de pessoas, mas quando se restringe as estatísticas as faixa etária dos 15 aos 44 anos, ela cai para o quarto lugar.

Ainda estima-se que há entre 10 a 20 milhões de tentativas de suicídios que são frustradas a cada ano. Conforme o filósofo e sociólogo Durkhein (1982): suicídio refere-se a todas as causas de morte causadas por uma ação da própria vítima, com a ciência do resultado”.

Conforme os estudiosos do assunto as causas mais comuns que geram o suicídio são a esquizofrenia, abuso de drogas, depressão, transtorno bipolar e alcoolismo incluso em um quadro de transtorno mental. 

Em termos do nosso país, o Brasil, entre as 127.470 mortes por causas externas, 8.017, ou seja 6,3%, tiveram como causa o suicídio, conforme pesquisa de 2004.

Entre os anos de 1980 e 2000 houve um acréscimo de 21% na taxa de suicídio, sendo que o mesmo acontece mais entre jovens de 15 a 24 anos (Mello-Santos, 2006). 

Recentemente a USP (Universidade de São Paulo) fez uma pesquisa, que vai virar livro, sobre o suicídio em São Paulo. Entre vários outros dados, detectou-se que a maioria das ocorrências se dão na parte nobre da cidade, ou seja os mais abastados se matam mais.

(os dados acima foram retirados do site www.duniverso.com.br, em 12/03/2013).

Penso que estes dados já são suficientes para nos convencer que estamos lidando com uma situação extremamente séria e que acontece diariamente ao nosso redor sem que nos demos conta dela.

Pensando do lado da religião teremos posturas que são favoráveis ao suicídio como o   Sati do Hinduísmo e posturas opostas, e que mesmo vêem o suicídio como um “pecado” imperdoável, e por isso mesmo desconsidera todo e qualquer contexto existencial para pensar o mesmo, como a Igreja Católica Romana e várias Igrejas Evangélicas.

Como o Evangelho lida e redime esta realidade tão assustadora e que vem crescendo cada vez mais em nossa sociedade? 

O SUICÍDIO É APRESENTADO NAS ESCRITURAS COMO UMA DAS CONTINGÊNCIAS DA VIDA HUMANA.

Quando nós lemos a Bíblia vamos perceber que logo após a separação que foi gerada pela rebelião humana entre o ser humano e Deus, as consequências da morte e destruição começaram a se manifestar em nosso mundo.

A Bíblia vai narrando uma série de posturas que o ser humano vai tomando e que o distancia cada vez mais do propósito original de Deus, bem como as consequências que estas posturas trazem consigo.

Adultério, poligamia, violência, assassinato, incesto, desonestidade, e outras coisas vão sendo apresentadas como realidades que começam a penetrar no mundo bom e perfeito criado por Deus desestruturando-o.

É dentro desta dimensão que o suicídio é apresentado na Bíblia. Não temos um mandamento bíblico que diz que não devemos nos suicidar, mas temos um mandamento que diz que a vida não deve ser tirada, portanto, o suicídio é visto como algo que é contrário ao projeto original de Deus que é favorável a vida.

Por outro lado, não existe na Bíblia nenhuma referência que tome o suicídio como uma situação mais diferenciada do que qualquer outra forma de destruição da vida.

Na verdade nós temos a menção de 7 pessoas que se suicidam na Bíblia.

  1. Abimeleque: “Imediatamente ele chamou seu escudeiro e lhe ordenou: Tire a espada e mate-me, para que não digam que uma mulher me matou. Então o jovem o atravessou, e ele morreu.” (Juízes 9.54)
  2. Sansão: “disse: Que eu morra com os filisteus! Em seguida ele as empurrou com toda a força, e o templo desabou sobre os líderes e sobre todo o povo que ali estava. Assim, na sua morte, Sansão matou mais homens do que em toda a sua vida.” (Juízes 16.30)
  3. Saul: “Então Saul ordenou ao seu escudeiro: Tire sua espada e mate-me com ela, senão sofrerei a vergonha de cair nas mãos desses incircuncisos. Mas seu escudeiro estava apavorado e não quis fazê-lo. Saul, então, pegou sua própria espada e jogou-se sobre ela.” (1Samuel 31.4)
  4. O Escudeiro de Saul: “Quando o escudeiro viu que Saul estava morto, jogou-se também sobre sua espada e morreu com ele.” (1Samuel 31.5)
  5. Aitofel: “Vendo Aitofel que o seu conselho não havia sido aceito, selou seu jumento e foi para casa, para a sua cidade natal; pôs seus negócios em ordem e depois se enforcou. Ele foi sepultado no túmulo de seu pai.” (2Samuel 17.23)
  6. Zinri: “Quando Zinri viu que a cidade tinha sido tomada, entrou na cidadela do palácio real e incendiou o palácio em torno de si, e merreu.” (1Reis 16.18)
  7. Judas: “Então Judas jogou o dinheiro dentro do templo e, saindo, foi e enforcou-se.” (Mateus 27.5)

O que estes textos deixam claros para nós é que cada um destes suicídios tinham um contexto específico que desembocou neles.

Não estou dizendo com isso que o suicídio não é sério ou que não seja um problema, já vimos que é. A própria sociedade humana o vê como um problema, mas o que estou tentando mostrar é que o mesmo é uma das realidades que lidamos porque estamos seguindo nossa vida em um mundo que é afligido pelo caos da desconexão com Deus.


O SUICÍDIO NÃO É VISTO NA BÍBLIA COMO UM PECADO IMPERDOÁVEL.

No contexto da ética e moral religiosa que ao longo dos anos vêm sendo exposta pela vertente cristã no ocidente, seja a Romana ou a Evangélica, existe uma idéia que é tomada por certa, de que se uma pessoa se suicidou, então, ela perdeu a possibilidade de salvação que nos é oferecida por Deus.

Esta linha de raciocínio é fruto de duas tendências. 

Primeira, de uma mentalidade que é sustentada pela falsa narrativa de que a vida é um conjunto de causas e efeitos. De que se causamos algum mal ao longo de nossa vida, então, teremos que lidar com as consequências dele.

Como o suicídio é um mal que a pessoa causa a si mesmo, e que coloca fim a sua vida, então, a consequência disto, infere-se é o que a pessoa irá lidar depois da morte, que para aqueles que defendem este paradigma é o inferno, pois ele não pode se arrepender.

Essa conclusão final nos leva a segunda tendência que é a idéia de que a nossa salvação é resultante do nosso esforço em fazermos o que é certo. Se alguém tira a própria vida, fez algo errado, pecou, e se pecou e morreu, então, não pode ser salva.

O que não se dá conta nestas narrativas é o fato de que a perspectiva bíblica nos propõe um caminho completamente diferente deste. Essa cosmovisão é espirita e não da espiritualidade bíblica.

Na perspectiva bíblica nós somos ligados novamente a Deus e permanecemos ligados a Ele por conta do que Jesus Cristo fez em nosso favor.

Quando nós aceitamos que somos pecadores, que nosso coração se rebelou contra Deus, nos arrependemos disso e acolhemos o que Deus nos oferece através da vida justa e perfeita de Jesus Cristo, então, somos perdoados de todos os nossos pecados, ou seja, de toda a nossa rebelião.

Quem nele (Jesus Cristo) crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho Unigênito de Deus.” (João 3.18)

Ou seja, de acordo com este texto, assim como muitos outros, uma pessoa é perdoada, e reconciliada com Deus, logo salva, porque ela se rendeu em fé àquilo que Jesus Cristo fez por ela.

Se uma pessoa que não crê em Jesus Cristo, segue a vida com um coração rebelde contra Deus, se matar, ele não usufruirá da salvação, não porque se matou, mas porque não estava reconciliado com Deus.

De modo semelhante, se uma pessoa se arrepende, abre mão de sua rebelião, coloca-se sob o governo amoroso de Deus através de aceitar o que Jesus Cristo fez por ela, em um momento de distúrbio ou devaneio existencial, ou por conta das circunstâncias, tirar a própria vida, esta pessoa não perde sua salvação, porque ela não é desligada de Deus ou ligada a Deus pelo que ela faz, mas por aceitar o que Jesus Cristo fez por ela.

Escrevi-lhes estas coisas, a vocês que crêem no nome do Filho de Deus, para que vocês saibam que têm a vida eterna.” (1João 5.13)


A RELAÇÃO DE INTIMIDADE COM DEUS PROTEGE CONTRA O SUICÍDIO


Apesar das Escrituras nos mostrarem que o suicídio não é uma realidade que possa afetar a nossa conexão com Deus, o que chamamos de salvação, ele não é aprovado ou incentivado pela Palavra de Deus.

Na verdade como vimos, estudos comprovam que a maior parte das pessoas que se suicidam é porque estão de alguma maneira com suas vidas abaladas pela realidade das contingências da desconexão com Deus.

Embora um autêntico seguidor de Jesus Cristo possa passar por uma situação que o desequilibre e o leva a tirar a própria vida, tal realidade é uma exceção e tem-se mostrado como tal ao longo da história.

Vemos, por exemplo, em histórias narradas no Antigo Testamento, homens que enfrentaram pressões terríveis em suas vidas e que tiveram o sentimento suicida, como Moisés, Jonas e Elias, mas que não levaram a cabo tal ação.

Isso porque foram pessoas que souberam dar ouvidos a voz do Espírito Santo que cuida e restaura nossas vidas. Logo, o caminho para que ajudemos as pessoas a se verem livres desta postura e para nós mesmos a vencermos é o Evangelho.

Devemos nos lembrar que através de Jesus Cristo nós já recebemos a vida eterna e já estamos desfrutando dela.

Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” (João 17.3)

O que precisamos e o que cada pessoa precisa é de sentido para suas vidas. E este sentido não está meramente no que conseguimos fazer ou produzir, mas em re-encontrarmos o sentido da vida para a qual nós fomos criados.

Ele fez tudo apropriado ao seu tempo. Também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade; mesmo assim ele não consegue compreender inteiramente o que Deus fez.” (Eclesiastes 3.11)

Todo ser humano foi criado para se relacionar em amizade e amor com Deus. Todo ser humano perdeu isto. A todo ser humano é oferecido a possibilidade de retomar essa realidade. E aqueles que retomam, jamais tornaram a perde-la de novo.

Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem qualquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 8.38-39)


Para refletir e praticar:

  1. Comprometa-se a fazer todo o possível para compartilhar o evangelho com cada pessoa que está ao seu redor como a esperança para a vida. O evangelho é a resposta cabal ao suicídio.
  2. Se você lidar com a realidade de uma pessoa que perdeu alguém pelo suicídio dê-lhe uma palavra de consolo, mostrando que em Jesus Cristo nada pode nos separar do amor de Deus. Que em Jesus Cristo a pessoa que ficou pode encontrar forças para não desistir de viver.
  3. Se você passar por alguma fase em sua existência fazendo com que a vida se torne cinza, sem graça, sem cor, lembre-se de permanecer com seu coração ligado ao Senhor, pois é o Espírito Santo quem dará a você condições de não tomar o suicídio como uma alternativa para sua vida. Se nós nos mantivermos ligados a Deus ele atravessará conosco o vale de sombra e de morte e nos colocará uma mesa na presença de nossos adversários.
No Caminho,

By Ricardo Costa

segunda-feira, 11 de março de 2013

Homossexualismo: Uma perspectiva do Evangelho


INTRODUÇÃO

Já de início é importante que fique claro que o objetivo aqui não é o desenvolvimento de uma postura moralista ou de se levantar uma bandeira contra um movimento. Digo isto, porque a questão da homossexualidade virou em nossa sociedade uma bandeira que é defendida por movimentos favoráveis e atacado por grupos opostos a questão.

Nossa proposta é abrirmos as Escrituras, com compaixão, mas também com compromisso com a verdade nela revelada. Nosso intento é compreendermos como o Evangelho trata esta questão e como é que seu poder a redime, assim como redime tudo o mais em nosso mundo que está desconectado com o projeto original de Deus.

Então, não estamos aqui em uma cruzada contra um movimento, mas em uma busca pela sabedoria da espiritualidade bíblica sobre esta questão. Para tanto, nossos olhos se voltarão para a Bíblia, mas também consideraremos as questões culturais que estão envolvidas nesta temática em nossa sociedade ocidental contemporânea.

Tomaremos por base o texto de Romanos 1.18-32 para que possamos refletir a partir dele. Como este texto nos ajuda a entender a realidade da homossexualidade dentro da perspectiva bíblica? E como o Evangelho lida com esta questão?

O HOMOSSEXUALISMO É UMA DAS POSTURAS QUE EXPRESSA A REBELIÃO DO SER HUMANO CONTRA DEUS.

“Portanto, a ira de Deus é revelada dos céus contra toda impiedade e injustiça dos homens que suprimem a verdade pela injustiça, pois o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou.” (Romanos 1.18-19)

O texto começa apresentando uma situação real em que toda a raça humana está inserida: a rebelião contra Deus. A Queda trouxe uma separação espiritual e existencial do ser humano e Deus e chama isto de MORTE!

Não podemos discutir a questão do homossexualismo, numa perspectiva bíblica, se o mesmo for tirado deste contexto e levado simplesmente para o campo da ética e da moral.

O que as Escrituras nos apresenta sobre o ser humano é que ele, todos nós, desde que nossos pais primários escolheram caminhar fora do governo de Deus estamos mortos para a vida plena e cheia de significado que Deus criou para que vivêssemos.

“pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Romanos 3.23)

As Escrituras nos dizem que Deus está irado contra a rebelião humana. Mas a ira de Deus não é um acesso de raiva como nós seres humanos temos. A ira de Deus é uma extensão de seu caráter santo que não pode admitir a deformação que o pecado gerou em nossa vida.

Contudo, apesar de nós termos nos separado de Deus e cada um deseje governar a sua própria existência, Deus não deixou de se revelar a nós seres humanos.

“Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que tais homens são indesculpáveis; porque, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe renderam graças, mas os seus pensamentos tornaram-se fúteis e o coração insensato deles obscureceu-se.” (Romanos 1.20-21)

A questão aqui é que o ser humano foi criado para conhecer a Deus e para se relacionar com ele, e insto inclui reconhecermos sua soberania e seu governo sobre nossas vidas. Mas, ao invés disto a escolha que fazemos é a de nos rebelarmos contra seu amor e lutarmos contra aquilo que ele quer para nossa vida.

Como fora de Deus o ser humano se sente vazio, sem rumo e percebe que está faltando algo, procura alternativas para este vazio que está sentindo; no lugar de se arrepender e voltar para Deus.

“Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos e trocaram a glória do Deus imortal por imagens feitas segundo a semelhança do homem mortal, bem como de pássaros, quadrúpedes e répteis.” (Romanos 1.22)

Portanto, o ser humano no lugar de voltar sua vida novamente para Deus, procura criar alternativas que substituam Deus em seu viver.

Na época em que este texto foi escrito a principal forma de se fazer isto era através da criação de “deuses” que expressavam as aptidões e anseios das pessoas, validando a rebelião das mesmas contra Deus.

Hoje em dia isto é feito de muitas outras maneiras tais como mantendo-se a criação de “deuses” e seres que validem os desejos do coração distante de Deus, mas também através de argumentos que negam a existência de Deus, ou mesmo a idéia de que Deus aprova uma vida de rebelião contra ele.

Logo, precisamos começar entendendo que a questão do homossexualismo não é uma questão especial, não está acima de outras questões presentes em nossa sociedade que insiste em viver a vida longe do governo amoroso de Deus.

Nosso mundo é um mundo desconectado de Deus. Vivemos em um contexto de rebelião, ativa e passiva, contra o governo amoroso de Deus, que através de Jesus Cristo continua sendo estendido a todos.

Posturas como ganância, abuso contra o próximo, maldade, destruição da natureza, adultério, egoísmo, religiosidade, assim como o homossexualismo, são expressões que demonstram como nosso mundo está em rebelião contra Deus. E o Reino de Deus se opõe a todas estas coisas.

“Vocês não sabem que os perversos não herdarão o Reino de Deus? Não se deixem enganar: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem homossexuais passivos ou ativos, nem ladrões, nem avarentos, nem alcoólatras, nem caluniadores, nem trapaceiros herdarão o Reino de Deus.” (1Coríntios 6.9-10)


O HOMOSSEXUALISMO É UMA CONTRADIÇÃO AO MANDATO CULTURAL DE DEUS PARA A HUMANIDADE.


“Por isso Deus os entregou à impureza sexual, segundo os desejos pecaminosos do seu coração, para a degradação do seu corpo entre si. Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram a coisas e seres criados, em lugar do Criador, que é bendito para sempre. Amém. Por causa disso Deus os entregou a paixões vergonhosas. Até suas mulheres trocaram suas relações sexuais naturais por outras, contrárias à natureza. Da mesma forma, os homens também abandonaram as relações naturais com as mulheres e se inflamaram de paixão uns pelos outros. Começaram a cometer atos indecentes, homens com homens, e receberam em si mesmos o castigo merecido pela sua perversão.” (Romanos 1.24-27)

O que o texto quer dizer com “relações sexuais naturais”? É a referência ao contexto da criação boa e perfeita de Deus para a humanidade, registrado em Gênesis 1.27-28 e 2.21-25.

“Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher (no hebraico é macho e fêmea) os criou. Deus os abençoou, e lhes disse: Sejam férteis e multipliquem-se! Encham e subjuguem a terra! Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se movem pela terra.” (Gênesis 1.27-28)

“Então o SENHOR Deus fez o homem cair em profundo sono e, enquanto este dormia, tirou-lhe uma das costelas, fechando o lugar com carne. Com a costela que havia tirado do homem, o SENHOR Deus fez uma mulher e a levou até ele. Disse então o homem: Esta sim, é osso dos meus ossos e carne de minha carne! Ela será chamada mulher, porque do homem foi tirada. Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne. O homem e sua mulher viviam nus, e não sentiam vergonha.” (Gênesis 2.21-25)

Nesses dois textos de Gênesis que descrevem a criação boa e perfeita de Deus, antes de ser afetada pela Queda, gerada pela rebelião do ser humano, vemos claramente que no projeto original a “relação sexual natural” é entre um homem e uma mulher.

O nome que a Bíblia dá para esta postura de rebelião contra Deus é pecado. E todo pecado em uma certa medida expressa-se contra o mandato cultural de Deus para a humanidade, que é a expressão daquilo que Deus criou para que o ser humano vivesse.

Quando não cuidamos da natureza, quando nos ofendemos e agredimos outros, quando não nos responsabilizamos pela melhora da vida humana, quando não somos fiéis a nosso cônjuge, assim como quando nos relacionamos com alguém do mesmo sexo, estamos nos rebelando contra o “mandato cultural”, contra o projeto bom e perfeito de Deus para a vida humana.

No contexto para o qual este texto de Romanos é endereçado primariamente, as culturas gregas, romanas e semíticas, eram adeptas do homossexualismo e exaltavam esta prática como sendo uma expressão de amor superior ao amor heterossexual. Contudo, a palavra de Deus sempre apresentou como uma prática repugnante para aqueles que viessem a fazer parte do povo de Deus.

“Não se deite com um homem como quem se deita com uma mulher é repugnante.” (Levítico 18.22)

Em nosso contexto contemporâneo há vários argumentos para se defender o direito que uma pessoa tem de escolher a homossexualidade. Dentre elas estão:

A pessoa tem o direito de escolher o que acha melhor para a sua vida. Na verdade não tem, não em relação apenas a questão homossexual, mas em relação a qualquer questão. O que chamamos de “direito” é uma postura de rebelião contra o que Deus nos oferece de melhor, portanto, é pecado. Esse é o grande problema que nós como humanidade precisamos admitir. Não queremos nos submeter ao governo amoroso de Deus para nossa vida. Nós o rejeitamos e queremos que mesmo assim Deus nos aceite.

A pessoa pode ter nascido com a tendência ao homossexualismo. Este argumento tem sido usado por alguns, pois de fato gera muito mais acolhimento da parte da sociedade se o fato for que uma pessoa “nasceu assim”, então, como podemos cobrar que a mesma seja diferente. Bem, primeiramente na perspectiva bíblica se uma pessoa comprovadamente “nasceu” com o desejo homossexual, precisamos nos lembrar que isto é assim, devido a Queda. Assim como a Queda comprometeu tudo o que foi criado bom e perfeito por Deus, pode ter comprometido esta perspectiva na vida das pessoas. Contudo, devemos nos lembrar que não era para ser assim no plano original de Deus. Segundo, não devemos cobrar ninguém, mas cremos que o Evangelho está trazendo redenção e restauração a tudo o que a Queda afetou pelo pecado. Assim, se esta for uma realidade a resposta que temos para isso é o Evangelho. No texto que vimos de 1Coríntios 6.9-10 que demonstra que o Reino de Deus é oposto a toda injustiça, também nos mostra que o Evangelho está redimindo tudo o que é contrário a vontade boa e perfeita de Deus, quando nos rendemos a ele.

“Assim foram alguns de vocês. Mas vocês foram lavados, foram santificados, foram justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito de nosso Deus.”
(1Coríntios 6.11)

Esta é uma prática que sempre existiu na história, e devido ao moralismo gerado pela Igreja é que se deixou de praticar. De fato é uma pratica que sempre existiu, mas o que não está correto aqui é dizer que foi o moralismo da Igreja que o coibiu. Entendo que muitos erros foram cometidos com pessoas homossexuais, mas o fato é que as Escrituras nos dizem que esta é uma das praticas que expressa a nossa rebelião contra o plano de Deus para a vida humana. Vimos que as culturas ao redor de Israel e na época de Jesus aprovavam tal prática, mas Deus deixa revelado em sua palavra escrita que ela não deveria ser parte do seu povo.

“pois todas estas abominações foram praticadas pelos que habitaram essa terra antes de vocês; por isso a terra ficou contaminada. E, se vocês contaminarem a terra, ela os vomitará, como vomitou os povos que ali estavam antes de vocês.” (Levítico 18.27-28)

Deus é amor e se ele criou uma pessoa assim, ele a ama como ela é. Novamente, de fato, Deus é amor, mas o que não é fato é Deus ter criado uma pessoa assim, se esta é uma postura que vem de nascimento é porque a Queda, nossa rebelião contra Deus, afetou o que foi feito por Deus. E, Deus é de fato amor, e é justamente por isso que ele está transformando tudo que foi deformado pela pecado, para que um dia possamos viver plenamente o que ele programou para os seres humanos.

“Pois o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.” (Romanos 6.23)

Voltando ao texto de Romanos 1, as Escrituras deixam claro para nós que a pratica da homossexualidade é uma consequência direta de nossa rebelião ao plano original de Deus para a vida do ser humano.

O que precisamos entender é que Deus nos ama e por isto nos recebe exatamente como estamos através do que Jesus Cristo fez por nós. Na sua morte, Jesus assumiu todo o pecado humano, assumiu toda a rebelião humana, e com sua vida justa satisfez a ira de Deus.

Mais porque Deus nos ama demais, ele não quer nos deixar do jeito que estamos, mas através da ressurreição de Jesus Cristo, ele coloca uma nova vida em nós e começa a desenvolve-la para que todos nós cheguemos a ser exatamente aquilo que ele programou desde antes da fundação do mundo para que fossemos.

Seres humanos que são a imagem de Jesus Cristo, e que vivem em obediente prazer aos propósitos de Deus para nossas vidas.

O HOMOSSEXUALISMO É PARTE DA CONFUSÃO GERADA EM UMA SOCIEDADE QUE TIRA DEUS DO CENTRO

“Além do mais, visto que desprezaram o conhecimento de Deus, ele os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem o que não deviam. Tornaram-se cheios de toda sorte de injustiça, maldade, ganância e depravação. Estão cheios de inveja, homicídio, rivalidades, engano e malícia. São bisbilhoteiros, caluniadores, inimigos de Deus, insolentes, arrogantes e presunçosos; inventam maneiras de praticar o mal; desobedecem a seus pais; são insensatos, desleais, sem amor pela família, implacáveis. Embora conheçam o justo decreto de Deus, de que as pessoas que praticam tais coisas merecem a morte, não somente continuam a praticá-las, mas também aprovam aqueles que as praticam.” (Romanos 1.24-32)

O final deste texto coloca a questão do homossexualismo novamente dentro de um contexto que é mais abrangente do que ele em si.

Muitos grupos, dentre eles religiosos, discutem a questão do homossexualismo como um fim em si mesma. O argumento que os grupos que defendem a pratica tem evocado é que tal atitude é uma postura “homofóbica”.

No entanto, se analisamos a questão apresentada neste texto sobre o homossexualismo dentro do seu contexto, veremos que o mesmo, como tudo o mais que é descrito no texto, é uma expressão que vai se tornando o estilo de vida em uma sociedade onde Deus não é o centro da vida.

Toda a injustiça, maldade, ganância e depravação é resultado da sociedade ter desprezado o conhecimento de Deus. Essa afirmação não diz respeito a negação da fé em Deus, mas da falta de interesse de se buscar um relacionamento intimo e genuíno com Deus, que se expresse com nossa submissão a sua vontade para nossas vidas.

Toda a descrição feita neste texto, se transcrita em um jornal de hoje, nos levaria a crer que é a descrição de nossa sociedade contemporânea. O que isto nos mostra é que uma sociedade onde a palavra de Deus é rejeitada e o evangelho é resistido, Deus deixa que as pessoas andem pelos caminhos que escolheram e isto gera cada vez mais caos.

“Saiba disto: nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis. Os homens serão egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, impuros, sem amor pela família, irreconciliáveis, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, inimigos do bem, traidores, precipitados, soberbos, mais amantes dos prazeres do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando o seu poder. Afaste-se desses também.” (2Timóteo 3.1-5)

Em termos da homossexualiade existe uma verdadeira insistência por parte de alguns de imporem-na como uma norma social. Qualquer pessoa que ouse se posicionar contra o que é proposto é atacado e chamado de “homofóbico”.

Por exemplo, posturas naturais na formação de uma criança, seja ela homem ou mulher, que precisa e anseia se espelhar em uma identidade masculina ou feminina para lhe dar referência para o amadurecimento, é visto e insistido como uma inclinação ao homossexualismo.

Quem foi que disse que o fato de um garoto se sentir atraído por um professor ou um cara mais velho, ou uma menina por outra mulher mais velha é porque são homossexuais? A sociologia nos ensina, bem como a psicologia, que o ser humano precisa de referências para crescer.

Por que tais posturas não são vistas simplesmente desvestidas da tendência erótico/sexual, como a busca de uma referência para a masculinidade ou a feminilidade?

Como lidamos com isto? Como Deus lida com uma sociedade que o despreza e que assume que quer mandar na sua própria vida e que colhe como consequência uma vida de caos cada vez maior?

Não lidamos com isto com julgamento. O texto de Romanos trata disto logo em seguida no capítulo 2.

“Portanto, você, que julga os outros é indesculpável; pois está condenando a si mesmo naquilo em que julga, visto que você, que julga, pratica as mesmas coisas.”
(Romanos 2.1)

Lidamos com isto com o evangelho.

“Não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, depois do grego. Porque no evangelho é revelada a justiça de Deus, uma justiça que do princípio ao fim é pela fé, como está escrito: O justo viverá pela fé”. (Romanos 1.16-17)

O evangelho é a mensagem insistente de amor de Deus para com um mundo desconectado dele. Deus, embora não nos force a obedecê-lo e a fazermos o que ele planejou para nós, nos atrai para si continuamente mediante o que ele nos oferece através de Jesus Cristo.

“Mas agora se manifestou uma justiça que provém de Deus, independente da Lei, da qual testemunham a Lei e os Profetas, justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo para todos os que crêem. Não há distinção, pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente por sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus. Deus o ofereceu como sacrifício para propiciação mediante a fé, pelo seu sangue, demonstrando a sua justiça. Em sua tolerância, havia deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; mas, no presente, demonstrou a sua justiça, a fim de ser justo e justificador daquele que tem fé em Jesus.” (Romanos 3.21-26)

O que este texto nos ensina é que, não obstante a rebelião do nosso coração contra os planos originais de Deus para nossa vida, Ele não desistiu de nos amar. Como ele é justo e santo, não pode fingir que não estamos rebelados contra ele, por isso, em Jesus Cristo ele assume e paga toda a nossa rebelião.

Assim, através de uma vida rendida ao governo de Jesus Cristo, podemos voltar a viver em comunhão com Deus e submissão ao seu propósito para nossa vida e desfrutar do melhor que há na existência humana.

E isto é para todas as pessoas. Deus nos ama e quer que venhamos a ele como estamos, e por nos amar demais, não pode nos deixar ficar como estamos.

PARA REFLETIR E PRATICAR:

Se você conhece alguma pessoa que está envolvida com a homossexualidade, não a julgue. Você deve ama-la e honra-la como um ser humano. Compartilhe o Evangelho com ela. Não para que ela deixe de ser homossexual, mas para que ela conheça o amor redentor de Deus e renda-se a sua graça. É o Evangelho que irá produzi o poder de Deus para mudar a vida da pessoa.

Se você está lidando com a questão da homossexualidade em sua vida. Está com dúvidas sobre sua identidade sexual, saiba que Deus quer amadurecer você como ser humano, seja homem ou mulher, e seus anseios e sentimentos são expressões do que você busca como homem ou mulher, e não uma tendência ao homossexualismo.

Se você tem lidado com a homossexualidade e se render ao amor gracioso de Deus para sua vida, isso não implicará que você terá que sentir atração por um sexo oposto. Isso implicará em que você desejará honrar a Deus se submetendo ao plano original dele para a humanidade. Isso pode implicar que você assuma um voto de celibato e viva a sua vida encontrando prazer em obedecer a Jesus e se relacionar com ele de modo cada vez mais intimo e real. Assim como um homem que tinha a postura de trair sua esposa, quando rendido a Jesus Cristo, submete seu desejo a ele, e decide que será fiel a sua esposa. Lembremos do texto de Mateus 19.12: “Alguns são eunucos porque nasceram assim; outros foram feitos assim pelos homens; outros ainda se fizeram eunucos por causa do Reino dos céus.”


No Caminho....

By Ricardo Costa




segunda-feira, 4 de março de 2013

Divórcio e Novo Casamento


INTRODUÇÃO

Vivemos em um momento da história onde vários valores que tradicionalmente foram vistos e entendido como corretos estão sendo questionados.

Nossa sociedade relativista defende que devemos buscar um estilo de vida onde cada um se sinta confortável com o que acha ser melhor para si mesmo. Contudo, tal posicionamento não isenta a sociedade de se questionar em relação a uma série de assuntos que inquietam a muitos.

Nesta série nos propomos a pensar a partir da cosmovisão bíblica, quais respostas o evangelho tem para algumas destas questões. Começaremos pela questão relacionada ao divórcio e novo casamento.

Em nossa sociedade temos visto crescer cada vez mais essa situação relacionada a pessoas que não conseguem levar adiante seu relacionamento conjugal. Famílias marcadas pelo divórcio aumentam cada vez mais.

Quando um relacionamento não é levado adiante, e vem a terminar, a pessoa pode ou deve buscar uma nova relação? O que o evangelho tem a nos dizer sobre isso?

Antes de darmos continuidade a esta questão é preciso que deixemos claro uma outra. Não somos favoráveis a postura relativista de nossa sociedade quanto a verdade, mas também não somos favoráveis a idéia de que os ensinos de Jesus Cristo sejam transformados em preceitos ou normas genéricas, que alguns acham que devem ser aplicadas a toda e qualquer situação. Chamamos isto de fundamentalismo. Por exemplo:

  1. Será que em qualquer situação devemos oferecer a outra face e jamais revidar? Mesmo quando isso implica em ver alguém sendo atacado e agredido?
  2. A verdade sempre deve ser dita, mesmo que ela arruine os seus relacionamentos?
  3. Nunca devemos deixar ninguém presenciar nossas orações, porque Jesus disse que devemos orar em secreto?
  4. Devemos dar tudo o que temos aos outros e vivermos na pobreza, porque Jesus ordenou isto?
  5. Nunca devemos nos separar, porque a Bíblia diz que aquilo que Deus uniu o homem não deve separar?

A questão que temos que levantar aqui é justamente esta! Diante das dificuldades que algumas destas questões, e outras, nos levantam, acabamos preferindo deixar a “rã na chaleira”. Deixamos de pensar e lutar diante da palavra de Deus com estas questões, achando que se não pensarmos nelas será melhor.

Mas não é! Há perguntas sendo feitas, e o evangelho pode respondê-las. Então, vamos lá. Como podemos lidar com a questão do divórcio e o novo casamento?

Vejamos o texto de Mateus 19.1-11, como fundamento para nossa reflexão.

          O CASAMENTO DEVE SER VISTO COMO PARTE DO PLANO ORIGINAL DE DEUS PARA A HUMANIDADE.

Jesus respondeu: Vocês não leram que, no princípio, o Criador os fez homem e mulher e disse: Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne? Assim, eles já não são dois, mas sim uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, ninguém separe.” (Mateus 19.4-6)

A questão aqui é que Jesus está sendo posto a prova por um grupo de religiosos que só tinham como interesse embaraça-lo e não de fato saber qual a vontade de Deus para esta questão (Mateus 19.3).

Assim como no contexto de Jesus, hoje em dia, muitas pessoas não estão interessadas no que Deus tem a dizer, no que a palavra de Deus tem a nos ensinar, estão, antes interessadas em afirmar seus pontos de vistas e defendê-los, custe o que custar.

Alguns dizem: O divórcio é permitido, ninguém é obrigado a ficar casado com quem não gosta. Case-se e se não der certo separe-se e parta para outra.

Outros dizem: O casamento é sagrado e uma vez que você se casou, deve ficar casado não importa qual a situação que venha a enfrentar.

A resposta de Jesus nos coloca em duas direções paralelas.

  1. A primeira é que precisamos admitir que o casamento é o propósito original de Deus para a maior parte da raça humana. Deus abençoa a relação entre um homem e uma mulher que tem como objetivo a constituição de uma relação que irá caminhar por toda uma vida. Mas há pessoas que não se enquadrarão dentro do contexto do casamento (Mateus 19.10-12)
  2. A segunda direção é que nem tudo o que chamamos, ou achamos que é casamento, é unido por Deus. A afirmação de Jesus Cristo é que aquilo que Deus uniu não deve ser separado pelo homem. Então, precisamos nos perguntar: o que é que Deus uniu? O que Deus uniu diz respeito a uma relação que busca um amadurecimento emocional, estrutural e sexual, entre um homem e uma mulher. O casamento que é unido por Deus é aquele que tem as expressões da graça de Deus presente nele: perdão, misericórdia, parceria, paciência, cuidado, carinho, proteção, etc.

Ou seja, quando entramos em um relacionamento, não devemos fazê-lo com a idéia de vermos se dará certo, e enquanto der ficamos juntos, mas quando entramos em um relacionamento devemos fazê-lo com o compromisso de trabalhar duro para que ele dê certo.

Em Efésios 5.22-33 encontramos as orientações que devem marcar um casamento que é unido por Deus. Assim, não é meramente porque duas pessoas se unem que elas estão unidas por Deus. Não devemos nos unir com ninguém se não temos a consciência e o compromisso de trabalhamos juntos para que sejamos unidos por Deus.

Se um casal está em um relacionamento, estão casados, mas não há investimento, há abuso emocional, há abuso moral, há violência física, esse casamento não é unido por Deus.

Assim, ninguém é obrigado por uma questão de moralismo, seja cultural ou religioso, a se sujeitar a uma situação em que Deus não está aprovando.

Há duas possibilidades diante disto, arrependimento e mudança de atitude no casamento que pode mantê-lo. Ou o divórcio que deve levar a pessoa a viver em paz, que é o valor do Reino de Deus para nós.

Todavia, se o descrente separar-se, que se separe. Em tais casos, o irmão ou a irmã não fica debaixo de servidão; Deus nos chamou para vivermos em paz.” (1Coríntios 7.15)


O DIVÓRCIO DEVE SEMPRE SER ENCARADO COMO UMA REALIDADE QUE É FRUTO DA DUREZA DO CORAÇÃO DO HOMEM.

Perguntaram eles a Jesus: Então, por que Moisés mandou dar uma certidão de divórcio à mulher e mandá-la embora? Jesus respondeu: Moisés permitiu que vocês se divorciassem de suas mulheres por causa da dureza de coração de vocês. Mas não foi assim desde o princípio.” (Mateus 19.7-8)

A nossa cultura nos incentiva a lidar com as situações de nossa vida sem a devida reverência e seriedade que a elas são devidas. 

Segundo a palavra de Deus fomos criados para uma vida plena de sentido e significado, mas nossa teimosia e rebelião contra Deus nos levou para uma vida de confusão e desastre.

O nome que a palavra de Deus dá a isto é pecado. O pecado é uma postura de rebeldia contra a palavra e o poder de Deus que estão disponíveis para a nossa vida. No caso do divórcio, segundo Jesus, o mesmo é resultante justamente desta resistência e dureza de nosso coração para com a direção que Deus nos dá.

Alguns exemplos quanto a isto é que queremos que o outro seja conforme o que imaginamos que ele é. Somos resistentes em estender graça e perdão para com o outro diante de suas falhas para conosco. Insistimos em ser o centro da relação, ao invés de deixar que Jesus Cristo seja o centro e etc.

A resposta de Jesus aos seus inquiridores passava pelo fato de que duas escolas rabinicas discutiam a tempos sobre os motivos que poderiam levar um homem a se divorciar de sua mulher.

  1. A escola do Rabino Hillel que permitia que o marido se divorciasse de sua mulher por qualquer motivo que o desagradasse.
  2. A escola do Rabino Shammai que ensinava que o único motivo admissível para o divórcio era a infidelidade conjugal comprovada.

Jesus está trazendo uma resposta diretamente ao contexto cultural dos seus inquiridores. E nesta resposta ele deixa claro que o divórcio é, antes de mais nada, fruto da dureza do coração humano, assim ele vai além das duas escolas.

Quando sua resposta deixa todos chocados ele expressa sua opinião de que a única razão cabível para um divórcio seria a infidelidade. Mas, precisamos tomar essa colocação de Jesus com atenção e com reflexão profunda, por dois motivos:

  1. Ele está dando uma explicação do porque Moisés deixou registrado algo sobre o divórcio. Mas com clareza ele expõe que o projeto original não incluía o divórcio, ou seja, precisamos vê-lo como parte da realidade da queda.
  2. Jesus está encarnado em um contexto específico e lida com uma situação especifica, portanto, precisamos tomar o princípio para que possamos olhar para o nosso contexto, nossa cultura e trazer uma resposta bíblica, com base no evangelho, para ela. E não uma mera regra que achamos que foi estabelecida.

A regra não é que podemos nos divorciar devido a infidelidade conjugal e por nenhum outro motivo. A regra é que devemos ver o divórcio como uma realidade da nossa vida que está inserida no contexto da Queda, mas que este não é o plano original de Deus, portanto, pode ser transformado pelo evangelho.

A GRAÇA DE DEUS SEMPRE NOS OFERECE NOVOS COMEÇOS.

“Eu lhes digo que todo aquele que se divorciar de sua mulher, exceto por imoralidade sexual, e se casar com outra mulher, estará cometendo adultério.” (Mateus 19.9)

Novamente precisamos enfatizar que Jesus Cristo está inserido em uma cultura específica e lidando com uma questão específica desta cultura.

A questão que ele está lidando aqui é que em uma sociedade onde as mulheres não tinham vez, onde o homem tinha poder absoluto sobre o que decidir quanto a sua mulher, Jesus está criando uma esfera de proteção para as mulheres.

Os homens não podem tratar as mulheres como se fossem meros objetos e se não estivessem satisfeitos simplesmente descartá-las. Se houvesse algum motivo para o divórcio, então, este deveria ser realmente sério, como uma traição por parte de sua mulher.

Jesus estabelece a restrição ao homem! Diz que se este se separasse de sua esposa por qualquer motivo e se casasse com outra estaria em adultério diante de Deus. Isso significa que se a questão fosse por causa de uma relação sexual ilícita, então, o homem estaria livre para se casar com outra mulher. A graça de Deus poderia favorecê-lo em um novo começo para sua vida.

Agora, precisamos voltar os olhos para o nosso contexto, para o nosso século e o nosso contexto cultural. Não adianta simplesmente batermos a mão na Bíblia e insistirmos que as pessoas ajam de acordo com aquilo que Jesus disse no primeiro século. 

Não estou relativizando a palavra de Deus! Estou dizendo que ela tem resposta concreta para nosso contexto contemporâneo.

  1. Primeiro, precisamos entender que aquilo que Jesus disse aos homens no primeiro século, hoje aplica-se a homens e mulheres. Nem o homem e nem a mulher podem decidir partir para o divórcio em seu casamento por qualquer motivo (Marcos 10.11-12). 
  2. Segundo, precisamos nos lembrar que se ambos, marido e mulher, se submeterem ao governo de Deus, se renderem a direção do evangelho, se encherem da vida de Jesus Cristo, através de seu Espírito, então, qualquer realidade conjugal pode ser transformada, pois a dureza do coração se desfará.
  3. Terceiro, há uma nova possibilidade e esperança de re-início para qualquer pessoa que se coloque diante de Deus e busque nele a direção para o novo relacionamento. Tanto para o homem, como para a mulher. Aonde abundou o pecado superabundou a graça.

Então, a questão está em reconhecermos que a graça de Deus pode nos favorecer a novos começos, e estes novos começos podem ser experimentados tanto na transformação de um casamento que já existe a medida que ambos os cônjuges se submetem a palavra de Deus. Como, em um novo relacionamento que pode surgir com o tempo, quando realmente estamos conscientes de que o divórcio é produto da dureza do coração e desejamos ingressar em um novo relacionamento com uma outra atitude de coração.

Hoje em dia as pessoas apressam-se a achar que se seu casamento não está bom o que precisam fazer é se divorciar. Quando isso acontece, a maior parte destas pessoas já estão interessadas em outra pessoa, porque estão iludidas com a idéia de que um novo sentimento surgiu e que esta nova relação será melhor do que a anterior.

O divórcio é uma possibilidade real e um novo relacionamento pode ser favorecido pela graça de Deus, mas isso só será assim, quando o divórcio for o resultado inevitável do término de uma relação devido a dureza do coração de um dos cônjuges ou de ambos.

A graça de Deus pode nos dar um novo começo. Não precisamos ficar sentados sobre nossa angustia e amargura. Podemos nos levantar e ir para uma nova história que será plena e bela se a mesma estiver rendida ao governo de Jesus Cristo, mediante o evangelho, em nossas vidas.

PARA REFLETIR E PRATICAR:

  1. Se você está vivendo um momento delicado em seu casamento que tal tomarem a decisão hoje, de abrirem mão da dureza do coração e submeter a vida ao governo e direção de Jesus Cristo através do evangelho?
  2. Se você está se preparando para entrar em um relacionamento é importante conversarem e se comprometerem a buscar a união de Deus para vocês. Assumindo o compromisso de que irão se casar não para ver se dará certo, e se não der se divorciarem, mas que irão se casar para trabalharem juntos com Deus para que dê certo a relação de vocês.
  3. Se você está separado, principalmente se a pouco tempo, não se apresse a entrar em um novo relacionamento. Deixe Deus tratar com seu coração, seja para corrigir a dureza ou para curar as feridas, a fim de que indo para um novo relacionamento você o faça na dependência da graça de Deus.
By Ricardo Costa