sábado, 21 de abril de 2012

Conselhos de Deus em tempos de aflição


Penso que não estou equivocado em afirmar que o maior anseio de todo ser humano é o de ser feliz.

Felicidade é algo que nos atrai. Acredito que nos atraia porque fomos criados para sermos felizes, mas a nossa sociedade atrela o conceito de felicidade a isenção de problemas e dificuldades que geram aflições em nossa vida.

A questão em relação a isso é que a maioria das pessoas andam tomadas por ansiedade e frustração, incluindo aqueles que buscam algum tipo de auxílio para suas vidas na religião.

Ansiedade, porque quando as coisas vão bem em nossas vidas, ficamos sempre temerosos de que algo de ruim aconteça, trazendo aflição sobre o nosso viver, e assim acabamos vivendo a nossa vida sob pressão.

Frustração, porque mais cedo ou mais tarde acabamos tendo que lidar com situações difíceis e problemáticas, que geram aflição em nosso viver.

Você passou ou está passando por algum tipo de aflição? O que você espera de Deus em relação a essa situação? Como você tem encarado essa aflição?

Então a questão que se levanta é: se andamos com Deus, por que é que passamos por tempos de aflições em nosso viver? Por que Deus não nos livra das mesmas?

O fato que precisamos considerar é que as Escrituras bíblicas em nenhum lugar faz menção de Deus nos prometer uma vida sem aflições se acreditarmos nele e se andarmos com ele.

O que ele nos promete é a graça da sua presença que pode nos dar sabedoria e forças para atravessarmos tempos de aflição.

Neste texto do Evangelho de João 16.17-33, estamos sendo introduzidos a realidade com a qual Jesus estava para se deparar, a cruz, que traria muita aflição para ele, mas também para seus primeiros seguidores.

Olhando para esse texto vejamos alguns conselhos que recebemos de Jesus para lidarmos com as nossas próprias aflições.

TODA AFLIÇÃO É TRANSITÓRIA.

“Digo-lhes que certamente vocês chorarão e se lamentarão, mas o mundo se alegrará. Vocês se entristecerão, mas a tristeza de vocês se transformará em alegria. A mulher que está dando à luz sente dores, porque chegou a sua hora; mas, quando o bebê nasce, ela esquece a angústia, por causa da alegria de ter vindo ao mundo. Assim acontece com vocês: agora é hora de tristeza para vocês, mas eu os verei outra vez, e vocês se alegrarão, e ninguém lhes tirará essa alegria.” (v.20-22)

É impressionante a clareza e objetividade de Jesus neste texto quanto as nossas aflições!

Primeiro, ele deixa claro que vamos enfrentar aflições: “Digo-lhes que certamente vocês chorarão e se lamentarão,” Segundo ele deixa claro que isso não vai durar para sempre: “mas a tristeza de vocês se transformará em alegria.”

Muitas pessoas procuram na religião algo que possa acalentar suas aflições e muitos líderes religiosos apresentam uma mensagem falsa de que se estivermos com Deus, então, não vamos ter nenhuma aflição em nossas vidas.

Contudo, Jesus Cristo, aquele que veio para revelar plenamente a nós quem Deus é e como ele é, não endossa esse conceito. Jesus deixa claro que pelo simples fato de estarmos vivendo em nosso mundo, a aflição será parte de nossa vida.

Por quê? Bem, não é porque Deus seja mal ou que goste de nos ver sofrendo, mas é porque essa é a consequência gerada em um mundo que foi deformado pela nossa desobediência a Deus e ruptura com seu projeto para nossas vidas.

Deus criou um mundo bom e perfeito e fez o ser humano para gerenciar essa criação boa e perfeita, a medida que mantivesse um relacionamento de amizade com Deus. No entanto, escolhemos seguir nosso próprio caminho e liderar nossa própria vida, a parte de Deus, e isso trouxe todo o caos e todo desencontro que experimentamos presente em nosso mundo hoje.

Mas, mesmo assim, por sua infinita graça, através de Jesus Cristo, Deus nos oferece o caminho de volta a uma vida de amizade com ele. Uma vida que pode ser conduzida novamente a partir do governo dele sobre nós, e que pode nos encher de alegria.

Essa vida não irá nos eximir das aflições aqui, mas as tornará transitórias, pois a realidade eterna é a alegria de experimentarmos a vida de Deus em nós e de participarmos do que ele está fazendo no mundo.

Quando somos justificados por Deus através de Jesus Cristo, não apenas passamos a ter paz com Deus, mas a nossa própria vida ganha um novo sentido incluindo nossas aflições.

“Não só isso, mas também nos gloriamos nas tribulações, porque sabemos que a tribulação produz perseverança; a perseverança, um caráter aprovado; e o caráter aprovado, esperança.” (Romanos 5.3-4)

TODA AFLIÇÃO PODE NOS CONDUZIR A UMA MAIOR INTIMIDADE COM DEUS.

“Naquele dia vocês não me perguntarão mais nada. Eu lhes asseguro que meu Pai lhes dará tudo o que pedirem em meu nome.” (v.23)

“Naquele dia”! Que dia é esse ao qual Jesus está se referindo aqui? Ao dia da sua ressurreição. Quando sua obra de redenção tiver sido efetivada em favor daqueles que se rendem ao seu amor gracioso.

Contudo, para que se chegue a esse dia, tanto Jesus quanto os discípulos passariam por aflições. Jesus pela aflição do abandono e da cruz, seus seguidores pela aflição do medo e da covardia.

“Aproxima-se a hora, e já chegou, quando vocês serão espalhados cada um para sua casa. Vocês me deixarão sozinho.” (v. 32)

Mas a boa notícia que o texto nos traz é que em meio a essas aflições a experiência com a presença amorosa de Deus pode se tornar singular.

Os discípulos receberiam uma experiência crescente de intimidade com o Pai:

“Nesse dia, vocês pedirão em meu nome. Não digo que pedirei ao Pai em favor de vocês, pois o próprio Pai os ama, porquanto vocês me amaram e creram que eu vim de Deus.” (v.26-27)

Jesus Cristo tem sua segurança no amor incondicional do Pai por ele:

“Vocês me deixaram sozinhos. Mas eu não estou sozinho, pois meu Pai está comigo.” (v.32)

Embora busquemos a felicidade, e a busquemos porque fomos criados para sermos felizes, é importante entender que a felicidade na perspectiva bíblica não é viver sem aflições, mas é viver em uma crescente amizade e intimidade com Deus.

“Qual é o fim principal do ser humano? O fim principal do ser humano é glorificar a Deus e ter prazer nele para sempre.” (Breve Catecismo de Westiminster, atualizado)

Por isso a Bíblia nos diz:

“Feliz é o homem que persevera na provação, porque depois de aprovado receberá a coroa da vida, que Deus prometeu aos que o amam.” (Tiago 1.12)

O segredo, portanto, não está em como ter uma vida sem aflições, mas em como permanecer apegado a Deus, mesmo em meio a nossas aflições, até que a obra redentora de Jesus Cristo seja manifestada plenamente entre nós.

TODA AFLIÇÃO SERÁ SUCUMBIDA PELA PLENITUDE DA ALEGRIA DA SALVAÇÃO.

“Eu lhes disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz. Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo.” (v.33)

Esse é um dos comentários mais extraordinários feitos por Jesus Cristo. Sua vida, sua morte e sua ressurreição, trouxeram de volta a possibilidade de experimentarmos as realidades significativas do Reino de Deus em nossa vida agora e usufruirmos plenamente disso no futuro.

O que a Bíblia chama de “salvação”, ou “evangelho”, é essa ação de Deus em Jesus Cristo, corrigindo o curso de destruição em que nosso mundo foi colocado, dirigindo-o novamente para o propósito original de sua criação.

O fato é que “neste mundo” teremos aflições. Nesta presente ordem, onde muitas coisas são feitas ainda em rebelião contra Deus, mas aqueles que se renderam ao governo de Deus em Jesus Cristo, já começam a experimentar a paz (shalom) da vida do Reino que já está entre nós.

Por isso mesmo podemos ter ânimo! Mesmo em meio as aflições podemos ter ânimo, pois sabemos quem venceu o mundo. Reconhecemos que Jesus Cristo fez isso naquela cruz. Ele venceu a morte, o pecado e o Diabo, e agora está oferecendo um novo estilo de vida para cada pessoa que se render ao amor gracioso dele e conduzindo-as a uma nova realidade de vida que se estabelecerá mais cedo ou mais tarde em nosso mundo.

Nesta nova realidade de vida que está sendo edificada em Jesus Cristo, neste “novo mundo”, não haverá mais aflições.

“Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou.” (Apocalipse 21.4)

Até que chegue essa nova ordem, Jesus Cristo estará conosco, através de seu Espírito, nos conduzindo por entre nossas aflições, com sua paz e fazendo de nós promotores desta mesma paz para a vida de muitos outros aflitos.

Essa é uma realidade que pode ser sua agora! Se você está vivendo em aflição e precisa de paz, Jesus Cristo a oferece para você. Mas não para que você não tenha mais aflições, e sim para que mesmo em meio as aflições você experimente sua maravilhosa presença de amor e poder.

Se você já tem experimentado essa realidade, Jesus Cristo quer que você se una a ele como portador dessa sua paz para muitas pessoas que passam diariamente por sua vida.

Deus te dá seus conselhos em meio as aflições, mas cabe a você acolhe-los ou não. Quero convidar você a escolher pelo acolhimento do que Deus te oferece através de Jesus Cristo.

No Caminho,

Ricardo Costa

sábado, 14 de abril de 2012

E a Justiça de Deus?

Olá pessoal!

Quero tratar de um assunto que sempre vem a tona em aulas dadas por mim no Seminário e surge em muitos aconselhamentos e outros contextos, todas as vezes que trato sobre a graça de Deus. A pergunta que sempre é levantada é, mas Deus não é justo? E como fica a justiça de Deus?

Antes de entrar na questão da justiça propriamente dita quero destacar duas coisas:

1. Todas as vezes que realmente estivermos ensinando baseados na graça, sempre ficará um certo sentimento ou impressão, equivocada, de que se está dizendo que não importa o que façamos, não importa o nosso pecado, não importa se continuaremos pecando ou não. Isso não é novo, veja por exemplo essa questão levantada pelas Escrituras bíblicas em 1Coríntios 6.1-2: "Que diremos então? Continuaremos pecando, para que a graça aumente? De maneira nenhuma! Nós, os que morremos para o pecado, como podemos continuar vivendo nele?". Então, o próprio apóstolo Paulo, quando ensinava sobre a graça tinha que lidar com esse equivoco aparente que é a idéia de que a graça nos libera para pecar. Ela não libera! A questão é que quando experimentamos verdadeiramente a graça de Deus, passaremos a desejar viver para a glória dele e isso nos levará a lutar contra o pecado.

2. A segunda questão é que muito do que as pessoas levantam, inclusive e talvez até mesmo principalmente os cristão atuais, como sendo justiça não têm nada a ver com a justiça de Deus. Há é claro consequências advindas naturalmente para aquilo que fazemos e que quebra as normas sociais estabelecidas, e quando isso acontece, é lógico que uma resposta legal terá que ser dada ao fato, mas isso não tem a ver com justiça de Deus, tem a ver com justiça humana, penal e legal, providenciada pela graça comum, pois somos seres sociais e somos regidos por leis sociais.

Dito isso, vamos tratar especificamente sobre a questão da justiça de Deus.

Geralmente a questão é levantada quando ouvindo sobre a graça, sobre o evangelho e sobre as exigências que Deus nos faz quanto a perdoarmos aqueles que nos ofende, e achamos "injusto" ter que perdoar alguém que no nosso entender não "merece" perdão, porque continua falhando conosco. Ai é levantado a questão, de como fica a justiça.

Bem, a justiça de Deus é Jesus Cristo! Sim, a justiça de Deus é promovida no evangelho! Veja o que o apóstolo Paulo diz em Romanos 1.17: "Porque no evangelho é revelada a justiça de Deus, uma justiça que do princípio ao fim é pela fé, como está escrito: O justo viverá pela fé".

Conforme esse texto e muitos outros precisamos entender que tudo em relação a Deus passa pelo evangelho, incluindo sua justiça. O que precisamos admitir é que "não há nenhum justo, nem um sequer"(Romanos 3.10); se formos lidar com as pessoas baseados em uma justiça fora do evangelho, então, todos nós estamos condenados.

Indo um pouco mais a frente em Romanos 3.21-24 lemos: "Mas agora se manifestou uma justiça que provém de Deus, independente da Lei, da qual testemunham a Lei e os Profetas, justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo para todos os que crêem. Não há distinção, pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente por sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus." Mais uma vez a Bíblia deixa claro que se evocamos a questão da justiça de Deus precisamos compreender que a mesma é exercida no evangelho.

Nenhum ser humano é justo. Nenhum ser humano pode se justificar diante de Deus a partir de seus atos. Podemos sim, olhar para outro ser humano e acusá-lo ou cobrar posturas deles que entendemos estar equivocadas, mas não podemos fazer isso alegando justiça, pois se o fizermos precisamos olhar para nossa própria vida e apresentá-la justa, mas não somos justos, somos justificados pela fé no que Deus fez por nós em Jesus Cristo.

"Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo" (Romanos 5.1)

Logo, a graça de Deus não exime a justiça de Deus, porque a justiça de Deus foi executada em Jesus Cristo. É em Jesus Cristo que Deus exerce sua justiça e é a partir dele que a mesma será distribuída um dia sobre toda a humanidade.

Aqueles que se renderam a graça amorosa de Deus em Jesus Cristo, ainda que injustos, serão recebidos porque sua injustiça foi quitada pela justiça de Deus em Jesus Cristo, é por isso que o "justo viverá pela fé", fé no evangelho, fé nesta convicção de que em Jesus Cristo fomos justificados diante de Deus.
Aqueles que não se renderam a graça amorosa de Deus receberão justiça sobre sua injustiça porque sua injustiça não foi lançada sobre Jesus Cristo, então, continuam a mercê do juízo de Deus.

É baseado nisto que as Escrituras insistem conosco que não podemos julgar ninguém e não podemos exigir justiça de Deus contra ninguém fora de Jesus Cristo. A justiça de Deus é o evangelho! É baseado nisto que não temos argumentos para dizer que não podemos perdoar alguém que erra conosco, porque perdoamos, mas a pessoa continua errando.

Jesus, em Mateus 18.23-35, conta uma parábola para responder a uma questão que o apóstolo Pedro levanta sobre quantas vezes devemos perdoar um irmão que peca contra nós. Com essa parábola Jesus retira a questão da quantidade de vezes, e a coloca na intensidade do perdão.

Pedro pergunta se deve perdoar até sete vezes, Jesus diz que não até sete, mas 70 vezes 7 e em seguida conta a parábola para mostrar que ele não estava falando de quantidade de vezes, mas da intensidade e profundidade do perdão.

Isso fica claro quando observamos que na parábola o perdão é estendido pelo senhor a seu servo apenas uma vez, mas a intensidade do perdão é plena, pois a divida era impagável. Ai o servo não perdoa a divida de um de seus conservos e se vê em apuros com seu senhor, porque a intensidade do que fora lhe oferecido como perdão era inalcançável. Ora, o que Jesus está ensinando com essa parábola é que diante do fato de que fomos perdoados de uma divida impagável por Deus, não temos como não perdoar as pessoas seja lá quantas vezes forem.

Ai geralmente se levanta duas questões: a primeira é que, "e se a pessoa não se arrependeu". Bem, para essa questão a resposta é que isso só pode ser avaliado por nós se a pessoa disser que não se arrependeu, mas se ela disser que se arrependeu não podemos julgá-la, pois só Deus conhece o coração da pessoa.

A segunda questão levantada "é que a pessoa diz que se arrependeu, mas daqui a pouco torna a fazer a mesma coisa". A resposta para isso é novamente o evangelho, precisamos olhar para nós mesmos diante de Deus e ver quantas vezes pedimos perdão para Deus, e tornamos a pecar novamente. Mas a divida foi perdoada. Então, se pedimos perdão para Deus e ele nos perdoa, aquela divida não existe mais, se tornamos a pecar e vamos pedir perdão para ele é como se fosse a primeira vez.

E é exatamente assim que deve ser entre nós e nossos irmãos. Quando perdoamos alguém a divida não existe mais, e quando a pessoa erra, não foi novamente, pois a primeira divida já não existe, é como se fosse a primeira vez. Isso é evangelho!

E talvez digamos, "mas espere um momento eu não sou Deus!" É verdade, mas se nos rendemos ao evangelho a vida de Deus está sendo vivida em nós e, portanto, é isso que deve acontecer: "Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus os perdoou em Cristo." (Efésios 4.32)

Então, vamos voltar novamente a questão de que isso significa que não devemos nos importar com a pessoa continuar pecando contra nós? Não! Isso significa que a resposta que temos para a pessoa, se ela se afirmar cristã, é o evangelho. Que a mesma precisa se render ao evangelho e viver pela fé de que o Filho de Deus se entregou por ela e que agora ela não quer mais viver escrava do pecado, mas quer agradar ao Senhor, e, portanto, ela precisa mudar de postura quanto a continuar pecando. Mas isso não nos dá o direito de não querer perdoar, ou de achar que precisa haver justiça além do evangelho.

É aqui que entra a disciplina! Se um cristão continua a pecar descaradamente, sem se arrepender, ele precisa ser corrigido, em amor, para ser conduzido ao arrependimento e ser perdoado. Novamente, isso não nos dá o direito de achar que podemos exigir justiça além do evangelho.

Se a questão for com um não cristão a justiça de Deus continua sendo exercida no evangelho, e devemos perdoar, sendo que agindo assim, deixamos novamente com Deus a autoridade e o direito de exercer sua justiça, que pode se manifestar como sua vingança, caso o evangelho seja rejeitado. Veja o que Romanos 12.19-21 diz:

"Amados, nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus a ira, pois está escrito: Minha é a vingança; eu retribuirei, diz o Senhor. Ao contrário: Se o seu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber. Fazendo isso, você amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele. Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem."

Concluindo, evocar a graça não é eximir a justiça de Deus, mas é exalta-la, "Porque no evangelho é revelada a justiça de Deus, uma justiça que do princípio ao fim é pela fé, como está escrito: O justo viverá pela fé."

Eu espero viver pela fé, pois fui justificado em Jesus Cristo, e espero que esse seja o desejo de cada um que se afirma cristão e seguidor de Jesus Cristo. Que nosso desejo seja pelo EVANGELHO!

No Caminho,

Ricardo Costa

sábado, 7 de abril de 2012

Páscoa: Eu não podia deixar de escrever

Estamos comemorando a Páscoa e essa é a data mais importante do Cristianismo.

Eu não poderia deixar essa data passar em branco. Estamos vivendo um momento muito significativo em nossa vida no Ocidente. Assim como ocorreu na Europa caminhamos a passos largos para nos tornarmos um mundo "pós-cristão", não obstante a todos os esforços e empenho que possamos fazer.

Vejo muitos livros, blogs e sites escritos por queridos irmãos americanos enfatizando a realidade do Evangelho, mas o fato é que a cultura americana se torna cada vez mais "pós-cristã", há cada vez menos referência na mídia e na sociedade americana, por exemplo, a realidade da Páscoa.

No Brasil, ainda temos uma forte influência Católica Romana, o que faz com que seja ainda dada alguma atenção na sociedade, as raízes cristãs da Páscoa, mas não devemos nos esquecer que a Europa também era profundamente Católica, e agora não existe mais nenhuma influência na cultura por parte da Igreja.

O que quero dizer com isso? O que quero dizer com isso é que aqueles que se dizem cristãos e que afirmam crer no Evangelho, naquilo que a Páscoa representa, deveriam ter uma postura diferente em relação a ela.

Nós cristãos, em busca de fugirmos da religiosidade vazia, muitas vezes perdemos os referenciais centrais da nossa fé e espiritualidade bíblica. A Páscoa se tornou para muitos de nós apenas mais um grande feriadão que aproveitamos para viajar e curtir um tempo de lazer.

Mas gostaria de lembrar você da centralidade da Páscoa para nossa vida. Na verdade todo o Universo existe por causa dela. A Criação só foi possível, porque antes de Deus dizer "haja luz", ele disse "haja uma cruz".

A morte do Cordeiro desde antes da fundação do mundo é o que viabiliza a sustentabilidade de toda a Criação, pois sem essa decisão, tudo o que fora criado seria destruído diante da desconexão do ser humano da fonte de sua criação.

Assim, nesta manhã de Páscoa, mesmo que você tenha escolhido o lazer no lugar da adoração, tire um tempo, pare e pense, pois esse dia é o dia que mudou tudo na história e é o dia que garante que vale a pena viver e viver por aquele que por nós morreu e ressuscitou.

Feliz Páscoa!

No Caminho,