sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Trabalho


O Salmo 127 faz parte de um conjunto de Salmos da Bíblia que são chamados de Salmos da Peregrinação, porque eles eram Salmos recitados pelos peregrinos israelitas enquanto iam de viagem para a cidade de Jerusalém.
Estes Salmos compõe um arcabouço prático do que vem a ser a vida de uma pessoa que passa a viver a sua vida não apenas dizendo que crê em Deus, mas se relacionando de verdade com ele através de Jesus Cristo, o que é chamado de discipulado.
Cada um destes Salmos trata de algum aspecto prático da nossa vida e como Deus se relaciona com ele. O Salmo 127 é um Salmo que nos fala de trabalho. O Salmo 126 termina com a expressão “Aquele que sai chorando enquanto lança a semente, voltará com cantos de alegria, trazendo os seus feixes” (Salmo 126.6).
O Salmo 127 inicia-se com a afirmação “Se não foi o SENHOR o construtor da casa será inútil trabalhar na construção. Se não é o SENHOR que vigia a cidade, será inútil a sentinela montar guarda.”
Nesta colocação temos a primeira diretriz para que o trabalho ocupe o lugar certo em nossa vida, que é a importância de vermos o trabalho como uma bênção de Deus para nós.
Algumas pessoas olham o trabalho como um fardo ou um castigo, mas o ensino bíblico nos mostra que o trabalho é um presente de Deus para o ser humano. Em Genesis, o primeiro livro da Bíblia, vemos que o trabalho foi uma dádiva que Deus concedeu ao ser humano logo que o criou. No capítulo primeiro de Genesis nos versos 27-30, encontramos a narrativa da criação do homem e da mulher e a trabalho que Deus concedeu a eles de gerenciarem e cuidarem de todo o restante da Criação. Em Genesis 2.8-17 somos também informado que Deus plantou um jardim no Éden e colocou o ser humano lá para cuidar deste jardim.
Somente após a decisão estúpida que o ser humano tomou de se desligar de Deus e tocar a sua vida de modo independente de seu criador é que a terra passou a resistir ao ser humano, ao invés de colaborar com ele, e “do suor do rosto” passamos a comer o nosso pão.
Quando o Salmo 127 diz que se o Senhor não edificar a casa ou não guardar a cidade é inútil que tentemos fazer qualquer coisa, o que ele está propondo não é que nós fiquemos sem fazer nada, mas que votemos a depender de Deus e a trabalhar em parceria com ele.
Quando seguimos nossas vidas desligados de Deus o trabalho pode ganhar duas dimensões diferentes em nossa vida. Por um lado ele pode se transformar neste fardo tirano de obrigação que temos que exercer, pois se não fizermos não teremos como sobreviver.
Por outro lado, ele pode se transformar em nosso deus. Ou seja, podemos passar a achar que o que dará segurança, efetividade e reconhecimento para nossa vida é o nosso trabalho. Isto é exemplificado na história de Caim e Abel no capítulo 4 de Genesis, aonde somos informados que Caim se saiu muito bem como agricultor e por isto achava que Deus tinha a obrigação de reconhecê-lo e aceitá-lo pelo seu esforço.
Neste ponto podemos observar a segunda diretriz para que o trabalho ocupe o lugar certo em nossa vida, que é a dependência de Deus. No Salmo 127.2 lemos: “Será inútil levantar cedo e dormir tarde, trabalhando arduamente por alimento. O SENHOR concede o sono àqueles a quem ele ama”.
Veja, esta parte do Salmo está nos mostrando que embora devamos ver o trabalho como uma bênção de Deus para a nossa vida, não devemos colocar nossa confiança e esperança no trabalho, mas em nosso relacionamento com Deus.
Quando confiamos que o nosso sustento e a garantia de nosso futuro está em nosso trabalho o resultado disto é insônia e esgotamento. O Salmo diz que se colocamos nossa confiança no trabalho ficaremos esgotados, porque acordaremos cedo, mas será inútil e diz que teremos insônia, pois dormiremos tarde, mas também será inútil.
Quando aprendemos a louvar a Deus por nosso trabalho, mas a confiar no Senhor para a garantia do nosso futuro e não no nosso emprego, conseguimos dormir bem, pois o Senhor concede o sono aqueles a quem ele ama.
Se você parar para pensar um pouco nisto tenho certeza de que concordará com este princípio e ensino bíblico. Por mais que trabalhemos e por mais sucesso que tenhamos, quem de nós pode de fato garantir que amanhã as coisas continuarão como estão?
E se achamos que somos nós que temos que garantir isto, com toda certeza, entraremos para o clube da insônia, pois começaremos perder o sono com a ansiedade do dia de amanhã.
É por isto que Jesus nos ensinou a orar no Pai nosso solicitando a Deus que ele providencie para nós o necessário para cada dia. Quando confiamos que Deus é quem está cuidando de nós e o nosso trabalho é apenas uma das formas que ele usa para fazer isto, então, vamos conseguir descansar em paz.
Agora chegamos a terceira e última diretriz do Salmo para que tenhamos o trabalho no lugar certo de nossa vida. Esta diretriz nos é apresentada nos versículos de 3 a 5 que diz:
“Os filhos são herança do SENHOR, uma recompensa que ele dá. Como flechas nas mãos do guerreiro são os filhos nascidos na juventude. Como é feliz o homem que tem a sua aljava cheia deles! Não será humilhado quando enfrentar seus inimigos no tribunal.”
Em um primeiro momento estes versículos podem parecer completamente fora de lugar quanto ao que o Salmo vem tratando sobre trabalho. O salmista vem falando de trabalho e derrepente muda o assunto para filhos.
Mas o exemplo do salmista tem um objetivo sim relacionado ao trabalho. O Salmo quer que vejamos que embora o trabalho seja valioso e importante na nossa vida, ele não é o nosso maior bem.
E aqui temos a terceira diretriz! Para que o trabalho esteja no lugar certo em nossa vida ele não pode substituir os nossos relacionamentos. Nosso trabalho não pode tomar o lugar de Deus e nosso trabalho não pode tomar o lugar das pessoas que amamos.
O trabalho só tem sentido em nossa vida se temos pessoas ao nosso redor para celebrar conosco dos seus resultados. Não há nada mais triste do que acentar-se a uma mesa sem ter ninguém ao redor dela com você.
Então, não deixe que seu trabalho roube de você seus relacionamentos, ao contrario use-o para que você tenha muitas pessoas ao redor de sua mesa. O salmista usa como ilustração os filhos, mas acredito que podemos incluir ai cada pessoa com quem conseguirmos construir um relacionamento significativo.
E aqui entra a igreja. Em Marcos 10.29 e 30, Jesus nos fala que um dos resultados de nos tornarmos seus seguidores é que ganhamos muitos novos relacionamentos, muitos novos irmãos e irmãs, mães e muitas novas casas. Ele está se referindo a igreja.
Uma comunidade de autênticos seguidores de Jesus Cristo é constituída por pessoas que valorizam seu relacionamento com Deus e com o próximo e que estão dispostos a, mesmo que sofram perseguições, trabalharem para construírem relacionamentos significativos, através dos quais outros também possam ser alcançados por Jesus Cristo.
Quero convidar você a pensar um pouco em qual é o lugar que o seu trabalho tem ocupado em sua vida. Ele tem sido uma bênção para você, para sua família e para seus relacionamentos? Ou será que tem sido inútil tudo o que você tem feito?

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Uma comunidade de discípulos


Em
 Mateus
 28.16‐20
 encontramos
 Jesus
 dando
 uma
 ordem
 a
 seus
 primeiros
 seguidores
 que 
estabelece 
a
 essência 
daquilo
 que
a
 Igreja 
é.
 Ele 
diz 
que 
seus 
seguidores 
deveriam
 sair 
pelo 
mundo 
a 
fora 
para 
fazerem 
novos
 discípulos 
(seguidores)
 para
 ele.


Isso
 significa
 que
 a
 Igreja
 que
 Jesus
 sempre
 quis
 é
 uma
 comunidade
 composta
 por
 homens
 e
 mulheres
 que
 estão
 dispostos
 a
 seguirem
 Jesus
 Cristo
 por
 toda
 a
 sua
 vida
 aprendendo
 com
 ele
 a
 viver
 a
 vida,
 pensando
 o
 que
 Jesus
 pensa,
 falando

o 
que 
Jesus 
fala 
e 
fazendo 
o 
que 
Jesus 
faz.


Para
 que
 isso
 pudesse
 acontecer,
 Jesus
 Cristo
 deu
 a
 vida
 dele
 por
 homens
 e
 mulheres,
 que
 uma
 vez
 se
 reconhecendo
 como
 pecadores
 (pessoas
 que
 estão
 vivendo
 a
 vida
 de
 modo
 independente
 de
 Deus),
 se
 arrependem
 e
 reconhecem
 que
 na
 morte
 de
 Jesus
 Cristo
 seus
 pecados
 foram
 cancelados
 e
 na
 sua
 ressurreição
 uma
 nova 
possibilidade 
de
 vida 
lhes
 é
 oferecida.


Esses
 seguidores
 se
 juntam
 a
 outros
 que
 também
 anseiam
 que
 Jesus
 viva
 a
 vida
 dele
 neles
 e
 através
 deles
 e
 vão
 pelo
 mundo
 a
 fora
 fazendo
 as
 obras
 do
 Reino
 de
 Deus.


Há
 três
 grupos
 de
 pessoas
 que
 ao
 longo
 dos
 Evangelhos
 vão
 se
 relacionando
 com
 Jesus
 e
 que
 servem
 de
 paradigma
 para
mostrar
 qual
 é
 o
 nível
 de
 nosso
 relacionamento
 com
 ele.
 Um
 grupo
 é
 o
 da
 multidão
 que
 segue
 a
 Jesus
 pelos
 benefícios
 que
 podem
 receber
 dele.
 A
 esse
 grupo
 Jesus
 serve,
 ensina,
 liberta
 e

cura, 
mas 
nunca 
se 
dá 
a
 conhecer 
intimamente.



Um
 outro
 grupo
 é
 o
 dos
 simpatizantes,
 que
 vão
 com
 Jesus
 por
 acharem
 interessante
 seus
 ensinos,
 concordam
 com
 parte
 deles,
 mas
 nunca
 se
 comprometem
 para
 valer
 com
 o
 seu
 senhorio
 sobre
 suas
 vidas.
 Este
 grupo
 também
 recebe
 a
 atenção
 de
 Jesus,
 mas
 não
 são
 pessoas
 que
 vão
 realmente
 fazer
 grande
 diferença 
para
 ele.


Um
 último
 grupo
 é
 o
 dos
 discípulos.
 Aqueles
 homens
 e
 mulheres
 que,
 não
 só
 entenderam
 quem
 Jesus
 Cristo
 realmente
 é,
 mas
 também
 entregaram
 suas
 vidas
 a 
ele
 e 
se 
comprometeram 
a 
viver
 para
 aquele
 que 
por 
eles 
morreu
 e 
ressuscitou.


Esse
 é
 o
 grupo
 que
 compõe
 a
 Igreja
 que
 Jesus
 sempre
 quis
 e
 que
 é
 capaz
 de
 fazer
 uma
 real
 diferença
 no
 mundo
 por
 viverem
 submissos
 as
 novas
 realidades
 do
 Reino
 de 
Deus.


A
 qual 
grupo
 você
 pertence?